domingo, 10 de julho de 2011

12 de Dezembro

 Fim (?)

- Está louca?  Você bebeu não é?
- Você pediu a verdade. O Rogério é seu pai e meu pai.
- Sou produção independente , você está doida!
- Sim, você é. Mas o Rogério e sua mãe se reencontraram e ela contou tudo a ele , que por sua vez contou tudo a mim. Eles voltaram. E o resto da história você já sabe.

Minha vida havia dado uma volta enorme. Até outro dia era só eu e minha mãe. Agora eu havia acabado de descobrir que tenho um pai e uma irmã , a qual eu estava gamado. Até beijar minha irmã eu já tinha beijado. Não sabia que fazer dezenove anos, doía tanto! 
Naquele dia eu resolvi morar sozinho. Sem falar com ninguém peguei minhas coisas , aluguei um quarto com minha economias e saí sem explicar nada a ninguém. Melissa sabia o motivo, e inventou uma desculpa para minha mãe. Disse que eu havia pedido transferência de faculdade e resolvido morar numa república. Não sei se acreditou,nem quero saber, mas aceitou.

12 de Dezembro de 2005, quase um ano depois dos acontecimentos.Até de faculdade eu havia mudado. Fazia Jornalismo agora.
E lá estava eu completando 20 aninhos, sozinho em um quarto. Preferi nem sair e nem atender a telefonemas , vocês sabem né ,sempre acontecia alguma coisa, eu já estava com trauma.
Tocaram a campainha  - Era Melissa , me assustei.

- O que você quer aqui?
- Estava com saudades.
- Ah, que bom. Já pode ir.
- Feliz Aniversário , Theo . – disse Melissa e me beijou – Eu amo você! – sussurrou .
- ESTÁ MALUCA? – Você pirou? – Sai da minha casa.
- Theo, eu contei o por quê de você ter ido embora à sua mãe e ao Rogério. Eles quase me mataram. Disseram que eu havia entendido tudo errado. Você não é meu irmão! Eu me precipitei. Desculpa. Eu te amo.
- Hãn? O que?  Como você pôde? Fez eu me afastar de todos à toa.
- Eu não sabia!! Eu gostaria muito que você não fosse meu irmão, e você não é. Eu  gostei do beijo de ano novo e me sentia mal por isso. Mas agora está tudo bem, podemos ficar juntos.

Depois de ouvir aquilo tudo não sabia o que pensar. Só pensei em uma coisa. Que aquela mulher, a do shopping, a que havia virado e desvirado minha irmã. Era a mulher da minha vida.

Fim .


O que você está fazendo, Theo? O trânsito no Natal fica um inferno, vamos nos atrasar pra chegar à casa da sua mãe.
Já vou Melissa, só estava escrevendo um artigo pro Jornal. Pegou tudo?
Sim, vamos.
Ok, vou desligar o computador .


sábado, 9 de julho de 2011

12 de Dezembro

Revelação 


  31 de Dezembro de 2004 , era ano novo.

  Havíamos passado o Natal juntos, como uma família feliz. E eu irritado com ela.  A maneira amigável como ela me tratava me irritava mais ainda.  Não éramos amigos! Resolvi que não passaria o Ano Novo junto deles. Saí com amigos.
Aquela alegria toda de fim de ano, que você acaba falando com pessoas que você não falará mais o ano inteiro. Então, essa alegria me fez no dia 1° dar Feliz Ano Novo à ela.  Felizmente ou não,quando cheguei em casa, ela estava lá e eu estava um pouco bêbado e o Feliz Ano Novo foi junto com um beijo. Que beijo!
Já ela me deu um Feliz Ano Novo, com um tapa e um NUNCA MAIS FAÇA ISSO!

- O que foi?! Qual é o problema? Por que não? – O álcool havia me dado coragem.
- Não podemos!
- Por quê?!  - gritei – Você gostou!
- Não gostei, não posso ter gostado. Não deveria ter acontecido.
- Se não me explicar eu nunca mais falo com você!
-  Ok, eu cansei dessa mentira!  SOMOS IRMÃOS!!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

12 de Dezembro

Sem sentido

Respondi sim, obviamente, marcamos horário e na manhã seguinte fomos.
Depois de dias nos encontrando com várias desculpas inventada para isso acontecer ainda não havia conseguido ficar com ela. Tentei ser mais direto, expliquei tudo , a história desde o shopping .
Ela fez cara de assustada disse que não seria possível. E perguntei ‘por quê?’
ela disse que porque não. Porque eu era novo, porque ela não queria , porque ela não podia. Virou e foi andando. Quase correndo.
Não entendi nada. Não a segui.
Chegando em casa, ainda do lado de fora, ouvi vozes, era a dela, de Rogério e minha mãe. Eles falavam alto, com uma certa agressividade. Não consegui ouvir . Entrei. Eles pararam. Melissa me olhou, com olhos de pena,  passou por mim e saiu da minha casa. Perguntei o que estava acontecendo, e minha mãe disse que nada e ligou a TV. Fui para meu quarto.
Não procurei mais a Melissa. 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

12 de Dezembro

Melissa

Melissa, esse era o nome dela.

- Como não conheço o gosto dos jovens pedi à Melissa que comprasse um presente para você. Ela comprou ontem, no mesmo shopping que estávamos. – Disse Rogério.

Saco vermelha, fazia todo sentido agora. Não era só coincidência.

Ela me abraçou, me desejou tudo de bom , felicidades e me deu parabéns.
Na verdade acredito que ela tenha dito isso, porque travei quando ela me abraçou e não ouvi nem vi mais nada.
Começamos a conversar.

- Dezenove anos né? Que novinho!  me sinto velha com meus 24  - Disse ela sorrindo.

- 24? Te daria 20 no máximo!  - e daria mesmo .

Ela sorriu . Lindo sorriso.

- Eu já sabia do namoro deles há um tempo. Você soube de uma maneira tensa não é? Meu pai me contou. Você está bem agora?

- Sim, sim . Está tudo ótimo. Conversei com minha mãe. E já troquei algumas palavras com seu pai, é um cara legal – opiniões mudam com a necessidade.

- Ah , que ótimo.

Conversamos, conversamos. Batemos ‘Parabéns’  ela e seu pai começaram a se despedir .
- Preciso ir ,  tenho que pegar minhas notas na faculdade ainda amanhã cedo.
- Qual faculdade você faz? - perguntei
- Essa aqui mesmo do bairro. Faço Direito.
- Nossa! Eu vou começar lá ano que vem. Farei Ed. Física , noturno.
- Também faço noturno! Que coincidência!
- Você podia me apresentar a faculdade não é? Vou me perder lá.
- Sim, claro. Podíamos ir juntos ano que vem. Quer ir comigo amanhã lá?

Era essa a pergunta que estava esperando.